quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Inaugurando o blog.

Oi gente,

Criei este blog com o intuito de divulgar alguns textos meus, trocar idéias sobre arte e cultura. Será sempre um prazer dividir com aqueles que possuem o mesmo interesse, palavras, posicionamentos e desejos.

Pra começar um texto meu que gosto muito.

Crônica do lugar
Engraçada essa vida de gente de todos os cantos! Até antes de minha chegada a Brasília nunca havia me preocupado com a origem das pessoas. Mas por aqui isso me parece tão comum. Em qualquer canto que eu vá, desde a padaria ao consultório médico, todos me perguntam de onde venho. Eu nem tenho muito como negar essa minha origem bonita de ser mineira. Tem um “UAI” que está impregnado em nossa linguagem e em nossa alma. A pergunta que me fazem sempre é na verdade uma afirmação: Tu é mineira, né? Respondo com meu sorriso mineiro e minha indisfarçável alegria em ser mesmo uma mineira que gosta de pão de queijo, roda de viola e galinha caipira.
Daí comecei a atinar pra esses negócios. Dia desses conversando com uma amiga e conhecendo um pouco mais do Pará e de Santarém, pude entender e observar que em algumas vezes em que tive a oportunidade de ouvi-la falar do seu lugar, fiquei mesmo extasiada de ver seus olhos brilhando, um sorriso escancarado e uma alegria incontida de dizer da sua terra. E não é qualquer terra, é Terra com letra maiúscula mesmo, mostrando a grandeza que significa para cada um de nós o lugar de onde viemos. Talvez cada um ao seu modo tenha um jeito de mostrar ao mundo o orgulho, no melhor sentido possível, que temos de nossas raízes. Não quero com isto ser bairrista ou determinar barreiras geográficas nem lingüísticas entre pessoas. Mas acredito verdadeiramente que os lugares nos fazem e determinam um pouco de nosso jeito de ser.
Mas como estou aqui em Brasília, trabalhando dentro de uma centralizadora de tecnologia e por aqui encontro gente de todos os cantos, não posso deixar de dizer que entre os muitos computadores e todas as linguagens tecnológicas que nos rodeiam, muitas outras linguagens também nos cercam... E talvez seja a mistura de todas essas linguagens e sotaques num mesmo lugar que tenha me feito parar um pouco e tentado descrever a beleza que cada pessoa traz em si na diferença da língua que fala.
Do “Bah Tchê!” dos gaúchos alegres que tomam chimarrão todos os dias ao “e” aberto dos cearenses de sorriso bonito e alma boa. Do “r” puxado dos paulistas ou paulistanos mais reservados e muito inteligentes ao “baianês” sossegado e cantado que todo bom baiano consegue falar. E o que dizer do “S” em finais de palavras que faz com cariocas sejam sempre reconhecidos? E juntando todos esses “falares” fico também encantada com o jeito do brasiliense de dizer um “tu” que até hoje não sei se é de influência nordestina ou gaúcha.
Mais importante, no entanto, que tudo isso, é saber que a linguagem, esteja ela em que patamar estiver na vida do ser humano, é o que nos faz criar laços. Todos os laços. Os de amizade, de amor, os profissionais e tantos os outros que possamos viver.
E do alto da minha imensa gratidão por ser mineira digo a todos que é bonito demais ter orgulho de onde se vem.
Cês num acham,uai?

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